a montanha


A montanha é um lugar mágico.
A montanha permite-me estar mais próximo do céu, mesmo não tendo asas.
A montanha permite-me avistar a terra de uma forma soberba.

Na montanha encontro paz e serenidade,
Na montanha encontro os sons que o meu espririto anseia por ouvir.
Na montanha não existe solidão.
Na montanha o tempo ganha uma nova dimensão, encontro o tempo para mim... que lá em baixo tão dificilmente encontramos.

Esse tempo que deixa as poeiras assentarem sobre a terra, esse tempo que permite sentir as mudanças em meu redor, o próprio pôr-do-sol que ao longo do ano vai passeando um pouco mais. Esse tempo que permite escutar a voz do coração, sem ser abafado pelos torpedos da cidade. Esse tempo que é só meu e de mais ninguém.

A montanha faz-me feliz!



A Montanha

Calma, entre os ventos, em lufadas cheias
De um vago sussurrar de ladainha,
Sacerdotisa em prece, o vulto alteias
Do vale, quando a noite se avizinha:

Rezas sobre os desertos e as areias,
Sobre as florestas e a amplidão marinha;
E, ajoelhadas, rodeiam-te as aldeias,
Mudas servas aos pés de uma rainha.

Ardes, num holocausto de ternura…
E abres, piedosa, a solidão bravia
Para as águias e as nuvens, a acolhê-las;

E invades, como um sonho, a imensa altura,
- Última a receber o adeus do dia,
Primeira a ter a bênção das estrelas!


Olavo Bilac

Halares, um jovem glorioso


Segundo a mitologia grega, em cada rio vive uma divindade, um ser mágico, profundo...

Sim, é verdade, comprovo-o. Halares é uma divindade, um lugar único no planeta. Um lugar mágico, que me deixa entrar numa outra dimensão cada vez que percorro os trilhos que me levam a alcançá-lo. E quando alcanço este rio, poiso numa rocha, apenas para ouvi-lo. Halares vive rodeado de rochas esculpidas gentilmente e de árvores centenárias marcadas pela bravura dos tempos.

Halares desce a montanha em contornos artísticos até chegar à praia entre Mesakti e Armenistis. Até no encontro com o Senhor do mar Egeu, Halares mostra o jovem guerreiro que é. Se tivesse que vê-lo em formas divinas humanas, seria um jovem guerreiro provido de coragem, sedoso de justiça, pronto a partir por esses mares fora em busca de batalhas contra ditadores e opressores...

Mas Halares é muito mais belo na sua forma divina, essa que o transforma num belo rio desprovido de sede de grandiosidade ou exuberância. É um rio calmo, simples, simplesmente fabuloso...